PORTRAITS
Jose Wilker, actor. São Paulo-Brazil. 1995
Elke Maravilha, actress. Rio de Janeiro-Brazil. 1997
Hermeto Pascoal, composer/multi-instrumentalist. São Paulo, 1998
Wagner Moura, Actor.
Malu Mader, Actress. São Paulo-Brazil. 1987
Gal Costa, Singer. São Paulo-Brazil. 1998
Fernando Henrique Cardoso, Politician. 2021.
Chico Buarque, Singer. 1996
Pablo Vittar, singer. São Paulo-Brazil. 2018
Jô Soares, Comediant. São Paulo-Brazil. 2015
Joao Cabral de Melo Neto, poet. Rio de Janeiro-Brazil. 1995
Zé Celso, stage actor. São Paulo-Brazil. 1995
Júlio Lancellotti, Educator and Priest. São Paulo-Brazil. 2022
Cida do Cafundó
Juliano Cazarré, Actor. 2021
Fausto Silva, Television Presenter. São Paulo-Brazil
Caetano Veloso, singer. Rio de Janeiro-Brazil. 1988
Simone Tebet, Politician. São Paulo-Brazil. 2022
Rodrigo Santoro, Actor.
Sônia Braga, Actress. 1986
Laerte, cartoonist. São Paulo, 2013
Anderson Silva,
Tom Zé, Singer. São Paulo-Brazil. 1978
José Leonilson, Artist. São Paulo-Brazil. 1986
Arnaldo Antunes, Singer. São Paulo, Brazil. 1998
Milton Nascimento, Singer. São Paulo, Brazil. 1995
Socrates
Dorival Caymmi, Singer. São Paulo-Brazil. 1995
Geraldo Vandré, Singer. São Paulo-Brazil. 1995
Patrício Bisso, Actor. São Paulo-Brazil. 1994
Elza Soares, Singer. Rio de Janeiro-Brazil. 1995
Lula, Politician and president of Brazil. São Paulo-Brazil. 2022
Marcos Mion, Television Presenter. São Paulo-Brazil. 2022
Lina Bo Bardi, Architect. 1978
Belchior, Singer. 1979
Elis Regina, Singer. 1976
Emicida, Rapper. São Paulo-Brazil. 2021
Gustavo and Otávio Pandolfo
Gilberto Gil, Singer. São Paulo-Brazil.
Ney Matogrosso, Singer. São Paulo-Brazil. 1976
Fernanda Young, Writer. São Paulo, 2018
Alexandre Herchcovitch, Fashion Designer. São Paulo, 2015
Reinaldo Moraes, Actor. 1999
Alex Allard, Philippe Stark and Jean Nouvel
Pietro Maria Bardi
Paulo Mendes da Rocha, brazilian architect. São Paulo-Brazil, ano
Dom Evaristo Arms, Franciscan, cardinal and Brazilian writer.
HyperFocal: 0
Darcy Ribeiro, Brazilian anthropologist, historian, sociologist, author and politician.
Emanoel Araujo, Plastic Artist.
Marcelo Adnet, actor.
Regina Duarte, actress. São Paulo-Brazil. 2022
Felipe Neto
Iggy Pop, singer. São Paulo-Brazil. 2015
Zelia Duncan,
HyperFocal: 0
Lula, Politician / President of Brazil. 1979
Charles Cosac, businessperson.
Democracy, São Paulo-Brazil. 2022
Marina Silva, politician. 2009
Paulo Francis, journalist. São Paulo-Brazil. 1995
Camila Pitanga, actress and model. São Paulo-Brazil, 2008
Dilma Rousseff, politician. São Paulo-Brazil, 2022
Walter Casagrande, ex-soccer player.
Hélio Oiticica, sculptor. 1978
Luiz Melodia, singer. 1995
Luis Inácio Lula da Silva, politician.
José Serra, politician.
Patrícia Pillar, Actress.
Matinas Suzuki, Journalist. São Paulo-Brazil. 1995
Caio Fernando Abreu, Journalist. São Paulo-Brazil. 1993
Serginho Groisman, Journalist.
Carlinhos Brown, Singer.
Maria Fernanda Cândido, Actress.
Débora Bloch, Actress.
Arnaldo Jabor, Filmmaker. São Paulo-Brazil. 1995
Ney Matogrosso, Singer. Rio de Janeiro-Brazil. 2021
Alex Atala, Chef. São Paulo-Brazil. 2015
Alfredo Mesquita, Actor. São Paulo-Brazil. 1986
Oscar Niemayer, Architect. Rio de Janeiro-Brazil. 1995
Augusto Aras, Politician. 2022
Otto Stupakoff, photographer. New York-USA. 2002
“Retrato” vem de extrair, retirar e também trazer de novo – “re-trazer”. A etimologia latina da palavra nos faz pensar: extrair o quê? O que trazer novamente? De acordo com alguns retratistas e teóricos da arte, trata-se de extrair a alma ou essência do retratado. Ao que Bob Wolfenson responde: “Mas com que autoridade, endossado por quem? Como se mede isso? A fotografia capta uma superfície, assim como o olho. Alcançar a alma de alguém é uma enorme pretensão”.
O retrato não nasceu com a fotografia, cuja história é relativamente recente. Muito antes dela, artes como a pintura, a escultura e o desenho já se ocupavam do artifício de representar alguém. A especificidade da fotografia está na sua “mecanicidade”, algo a que o artifício do fotógrafo, sua arte, sua imaginação, precisa se aliar: para aquela imagem existir, algo esteve diante da câmera e marcou, em um pequeno instante, o filme ou o sensor. É onde tudo começa. A fotografia nasce atada à realidade.
Que realidade é essa que a arte de Bob Wolfenson capturou ao longo das mais de quatro décadas aqui presentes nesta mostra? Se não é a essência destas figuras, o que revelam seus olhares muitas vezes voltados diretamente para quem está diante dos retratos? Novamente segundo o próprio artista, “fotos dizem mais sobre o fotógrafo que sobre o fotografado”. E, se não revelam a alma, ao menos apresentam uma verdade: a do encontro entre quem está atrás e quem está diante da câmera – sintetizado, extraído e re-trazido na intensidade do instante em que o obturador é pressionado.
É precisamente nesse embate, na potência de tais encontros e em sua dinâmica muitas vezes imprevisível que o retrato pode se constituir numa imagem longeva. Para além de uma figura mecanicamente representada, aponta ao mesmo tempo para alguém que olhou intensamente através da câmera – essa espécie de ciclope-símbolo de uma atenção sustentada. É também essa verdade, a dos encontros, que fez com que muitas das imagens produzidas por Bob estampassem uma infinidade de capas de revista, editoriais, discos ou livros. Mais ainda, fez com que muitas delas permanecessem para além da circunstância em que esses trabalhos foram concebidos. Foi dessa maneira que Bob Wolfenson se tornou nomeadamente o fotógrafo brasileiro que transpôs para a mídia a figura das maiores personalidades do país, colaborando na construção de mitos. No percurso, dominou e aperfeiçoou uma linguagem que mescla erotismo e um certo estranhamento que ele chama de “ruído”. Novamente, dois ingredientes sempre presentes, em maior ou menor grau, quando se está diante de um outro.
Esta mostra não pretende abarcar toda a vasta produção de Bob Wolfenson, que vai além dos retratos. Ele é um dos fotógrafos mais representativos do Brasil, e um dos mais profícuos – da moda e da publicidade à paisagem e aos nus. No arco temporal aqui abarcado, desde os primeiros trabalhos até a foto mais recente, feita dias antes da abertura da exposição, podemos ver ainda a crônica dos costumes dos últimos 40 anos no país. Mais do que isso, vemos a construção dos principais nomes que passaram pela mídia durante esse período – e que constituíram certa identidade cultural e intelectual, em suas mais diversas manifestações. Com sua empatia e disponibilidade para o outro, Bob sabe transformar os encontros em momentos únicos, num jogo fugaz que traz à tona o que só se extrai através do próprio encontro.
Apresentado no Espaço Cultural Porto Seguro em 2018.
RODRIGO VILLELA • curador
FÁBIO FURTADO • assistente de curadoria
SEIZURES
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